Como fazer Revisões Eficientes

Olá, concursando (a), como vão os estudos? Hoje, iremos abordar o tema revisão de matérias. Sem dúvidas, um dos maiores pecados que os estudantes cometem. Trata-se de um erro amador tão sério quanto não saber ler corretamente.

Se você apenas resume e não revisa sistematicamente seus resumos, e da forma correta, sinto dizer: você está jogando seu tempo no lixo.
Estudamos para aprender e memorizar (memorizar é uma coisa, decorar é outra), mas não são apenas esses os objetivos do estudo eficiente, some aí a elaboração de resumos para revisões posteriores.

 

 

 São as revisões que farão seu cérebro inscrever o conteúdo estudado na memória de longo prazo.

          Sem revisão, não há salvação. Se você não revisar, as coisas ficarão feias para o seu lado. Só para se ter uma ideia, em 24h esquecemos cerca de 80% do conteúdo estudado, agregue a isso uma metodologia de leitura passiva, ineficiente e cheia de devaneios e teremos uma dimensão do tempo que se perde lendo, relendo e pouco ou nada entendo do que leu. Leitura eficiente é aquela ativa, seu estudo deve ser ativo, estudar como se estivesse lendo uma revista de fofocas ou apenas abrir um livro e correr os olhos pelas linhas escritas é um erro, é o tipo de comportamento que leva o estudante a ter um devaneio a cada 30 (trinta) segundos, em média. O grande professor Pier sempre alertava que para estudar, é indispensável estudar fazendo. Não adianta nada ficar olhando para um livro aberto de forma passiva ou, quando muito, marcando com uma canetinha “amarelo-fosforescente” os trechos de um texto que você tenha achado interessantes. Nunca estude sem ter um lápis em atividade sobre um pedaço de papel. [1]
Em outras palavras, o estudo produtivo exige ação, e isso é feito ESCREVENDO e DESENHANDO. Nada de digitar e/ou sublinhar. [2]
Portanto, note que o “LEIA” não é um simples “ler”. O estudante é orientado a ler com lápis à mão, escrevendo em papel `a parte todos os itens importantes. [3]
           Quase que diariamente leio o desabafo de alguém dizendo: Fui reler o que resumi e tive a sensação de que estou estudando tudo novamente, estudei o mês inteiro e tenho a impressão de que não aprendi nada. Duas simples perguntas “como você faz revisões e qual a frequência” são suficientes para concluir que as revisões foram relegadas ao terceiro plano. Pois bem, se você se viu nessa situação é porque está estudando tudo novamente e, claro, você realmente não aprendeu nada. Falhou nas revisões, falhará na prova. Interessante ressalta que podemos ter basicamente duas modalidades de revisões. As periódicas e as de véspera de prova. [4]
As periódicas (diárias e espaçadas adequadamente) são as mais negligenciadas, já as de véspera de provas (nos dias que antecedem a data do certame) são as que levam o concursando ao desespero, pois partir para as revisões já na iminência da prova sem ter feito revisões diárias e contínuas das matérias, à medida que se vai estudando, é simplesmente concluir que não se lembra de nada. Óbvio, sem revisão contínua nada do que se estudou foi gravado na memória de longo prazo. Aliás, não revisamos apenas o conteúdo, revisamos também os exercícios quando os refazemos em datas posteriores à primeira resolução, ou seja, nesta nova data escolhida para fazermos os mesmos exercícios (…), teremos a oportunidade de comparar se evoluímos ou não em relação a vez anterior que fizemos estes exercícios. [5]

Revisar é uma importante técnica de estudo e se quisermos que a glória e o sucesso acompanhem nossas armas, jamais devemos perder de vista a técnica de estudo. Não refletir seriamente sobre o assunto evidencia uma indiferença condenável pela conservação ou pela perda do que mais se preza. Isso não deve ocorrer entre nós. [6]

Para que resumir? 
          Simplesmente porque anotações e resumos facilitam a memorização por vários motivos, tais como: Anotações eficientes dão uma nova forma para a informação a ser entendida e, posteriormente, memorizada. Quando bem-feitas, as anotações facilitam as revisões, evitando o“pecado da transitoriedade. [7]

Se você considera o número de horas de estudo diário a galinha dos ovos de ouro do sucesso, aqui vai mais uma indagação: (…) Quantas horas por dia você costuma estudar? Tenha em mente uma coisa: caso você não utilize uma estratégia eficiente, como técnicas de memorização, revisões sistemáticas, leitura dinâmica ou anotações eficientes, grande parte dessas horas está sendo jogada no lixo. [8]

O que é uma anotação ou resumo eficiente?
           Alberto Dell’isola responde: anotação eficiente é um processo seletivo que deve minimizar a quantidade de palavras escritas e maximizar a quantidade de palavras lembradas. Ou seja, é aquela que, além de trazer informações a serem estudadas, também lhes dá um novo formato, aumentando o número de gatilhos de memória envolvidos no processo de aquisição das informações. Em outras palavras: anotação eficiente é aquela que possui tanto conteúdo adequado quanto visual fácil de ser lembrado. [9]

Obviamente, o material de revisão deve ser sintetizado, ou seja, enxuto. Em outros termos, deve ser conciso, rápido, direto e de fácil visualização, porque você deveria revisar o conteúdo todos os dias. [10]  

Quando devo revisar?

 

 

          A resposta é (…) suas primeiras revisões de assuntos desconhecidos deveriam acontecer todos os dias, a fim de possibilitar a retenção do conteúdo de uma forma que você nunca mais vai se esquecer. É CHOCANTE, MAS VOCÊ DEVERIA REVISAR A MAIORIA DOS SEUS CONTEÚDOS todos os dias. [11]

 

Se você apenas está estudando e não está revisando, sinto dizer que você não está estudando.
Para início de conversa, você não pode passar mais de 24h sem realizar a primeira revisão do conteúdo estudado no dia anterior, quem diz isso não é apenas Fernando Mesquita, Renato Alves, Alberto Dell’isola ou Pierluigi Piazzi, mas diversos estudos realizados por Universidades de ponta.
           Portanto, feita a primeira revisão, no prazo de 24h horas, você pode ir espaçando os intervalos, porém não passe mais de 24h sem rever o conteúdo estudado no dia anterior. Mas é preciso rever o conteúdo quase que diariamente, no início, para que haja consolidação. Mas é muito conteúdo, não conseguirei. Consegue sim! Se você redigir seus resumos corretamente, suas revisões serão cada vez mais rápidas. Utilize mapas mentais (para matéria mal compreendida, assuntos complexos e confusos), flash cards (para exercícios que você errou e conceitos pontuais), quadros comparativos (para comparar e separar conceitos, competências, compreender diferenças entre informações, resolução de exercícios que geram dúvidas com outros conceitos) e fichas (resumo esquemático com palavras chaves e desenhos, não chega conter tantas informações como um mapa mental, é mais simples).
Tendo um “tempinho livre”, releia além das revisões diárias. Faça aquelas releituras quando estiver na fila do banco, no ônibus etc. Fazendo isso, você não terá mais problemas com esquecimento e branco de memórias. Finalmente, note que se você não ler corretamente terá dificuldades para resumir de modo eficiente, uma coisa depende da outra.

Bons estudos! 

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REFERÊNCIAS
[1] PIAZZI, Pierluigi. Aprendendo inteligência: manual de instruções do cérebro para alunos em geral. 2ª Ed. São Paulo: Aleph, 2008, Vol. I, p.61.
[2] _________, Pierluigi. Inteligência em concursos: manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos.  São Paulo: Aleph, 2013, Vol. IV, p.78, destaques do autor.
[3] _________, Pierluigi. Inteligência em concursos: manual de instruções do cérebro para concurseiros e vestibulandos.  São Paulo: Aleph, 2013, Vol. IV, p.90, destaques do autor.
[4] NEIVA, Rogério. Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento: prepare-se com estratégia, eficiência e racionalidade. São Paulo: Método, 2010, p.115, grifos do autor. 
[5] VIÉGAS, Alex. Manual de um concurseiro: o caminho das pessoas normais. 6ª ed. São Paulo: Método, 2010, p.97.
[6] SANTOS, William Douglas Resinente dos. A arte da guerra para concursos/ William Douglas, Sun Tzu & Wun Dzu. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, p.17. 
[7] DELL’ISOLA, Alberto. Mentes Geniais. São Paulo: Universo dos livros, 2011, p.197.
[8] __________, Alberto. Mentes Geniais. São Paulo: Universo dos livros, 2011, p.199.
[9] __________, Alberto. Mentes Geniais. São Paulo: Universo dos livros, 2011, p.201.
[10] MESQUITA, Fernando. Ciclo EARA – o processo da aprovação em concursos públicos. 2014, p.76.
[11] __________, Fernando. Ciclo EARA – o processo da aprovação em concursos públicos. 2014, p.77. Destaques e grifos do autor.

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