Informações essenciais para uma boa preparação para concursos públicos

              A preparação eficiente para concursos públicos abrange um leque de informações que não podem ser ignoradas por quem almeja ocupar um cargo público. Talento nunca é suficiente para se obter sucesso; afinal, como dizia Charles Darwin: “[…] os homens não diferem muito em intelecto, apenas em empenho e em trabalho duro; e ainda creio que esta seja uma diferença de eminente importância”. [1] É óbvio que vamos cometer erros durante a nossa preparação, mas […] os erros que cometemos podem ser vistos como parte importante do processo de desenvolvimento. Nosso jogo melhora a cada erro. [2]. Por isso, é indispensável aplicarmos as técnicas de aprendizagem acelerada para minimizarmos nossas falhas e potencializarmos o domínio das matérias em menor tempo que nos levará ao distanciamento de nossos concorrentes.

 

Informações para estudo eficiente

 

            Tais informações podem ser divididas em três grupos específicos. Vamos a elas!

 

#Informações obtidas do edital

 

            Não ler o edital e pinçar o que é importante para traçar um plano de estudos é certamente um dos maiores erros praticados por quem estuda para concursos públicos em geral. A maioria apenas analisa remuneração e simplesmente se inscreve, sem quaisquer conhecimentos do que realmente pode ser seu diferencial diante dos demais concorrentes. Não cometa esse erro!! Estes dados são obtidos diretamente do edital, só é necessária uma simples leitura de alguns minutos (ok, se você não tem o hábito de pinçar o que é importante do edital, vai gastar um tempinho, mas vale a pena).

             Lembre-se de que essas informações são indispensáveis para a elaboração do plano de estudos, distribuição das disciplinas no ciclo ou quadro horário, carga horária concedida a cada disciplina. Outra coisa, se o edital for de bancas tradicionais como FCC, CESPE, VUNESP, é provável que você obtenha muita coisa já no quadro indicativo dos dados DAS PROVAS, tais como: disciplinas do grupo de conhecimento gerais bem como do grupo de específicas (se houver essa forma de distribuição), número de questões, peso, se há discursiva ou não, o caráter (eliminatório ou apenas classificatório ou ambos) e o tempo de duração da prova. Outros dados importantes são:  escolaridade e pré-requisitos para se inscrever (não adianta prestar um concurso e não poder assumir, se for aprovado), período e valor da inscrição, data e período de aplicação da prova, critérios de desempate; no caso de haver discursiva, qual o conteúdo exigido? Forma de cobrança: redação? Estudo de caso? Questão explorando conhecimento conceitual? Além da pontuação para estrutura, conteúdo e expressão, o que mais será cobrado? Qual o número mínimo e o máximo de linhas para a redação por exemplo? Em quais situações a sua nota poderá ser automaticamente ZERO? Qual a pontuação da discursiva? Haverá prova prática? Se sim, o que e de que forma será exigida?  Prazo para recursos, conteúdo programático. É bom frisar que essas bancas tradicionais trazem, prática recente das bancas, na última página o CRONOGRAMA DE ATIVIDADES, isto é um resumo do trâmite de realização do certame como: datas de solicitação de isenção, período de inscrição, prazo para recursos, demais fases do concurso etc.

 

Aprendizagem acelerada

 

              De tudo isto, para fins de planejamento de estudo, você deve ter clareza dos seguintes pontos:

  • Disciplinas do grupo de conhecimento gerais bem como do grupo de específicas;
  • Número de questões de cada disciplina;
  • Peso de cada disciplina;
  • Se há discursiva ou não, o caráter (eliminatório ou apenas classificatório ou ambos);
  • Data de aplicação da prova (para estudo pós-edital);
  • Critérios de desempate;
  • No caso de haver discursiva, qual o conteúdo exigido? Forma de cobrança: redação? Estudo de caso? Se houver questão aberta, ela irá explorar que tipo de conhecimento? Além da pontuação para estrutura, conteúdo e expressão, o que mais será cobrado? Qual o número mínimo e o máximo de linhas para a redação por exemplo? Em quais situações a sua nota poderá ser automaticamente ZERO? Qual a pontuação da discursiva?;
  • Extensão de cada matéria (dado obtido da análise do conteúdo programático).

 

           Tendo isso em mãos, é hora de elaborar seu ciclo de estudos ou quadro horário considerando ainda seu nível de facilidade e dificuldade em cada matéria.

 

 

#Informações obtidas das provas anteriores

 

            Este grupo de informações costumam fugir ao conhecimento da maioria esmagadora dos estudantes de concursos. Por uma razão óbvia: ele exige que você tenha “olhos de tigre” para o que é mais importante, isto quer dizer que resolver muitas questões de provas anteriores da banca que realizará o concurso é o pulo do gato que te levará a perceber o que mais cai, o que nunca cai, o que cai em todas as provas etc. Se você está utilizando um material direcionado para concursos públicos  (PDF, livro ou até mesmo vídeoaulas), e se este material for de alta qualidade, os professores o/a alertarão para estas informações, elas estão no seu material, vai estar nas questões lá no final de cada capítulo da matéria. Outra maneira de filtrar isso, é utilizar um site especializado em questões de concursos, como o TEC concursos ou o Questões de concursos, e fazer uma filtragem por assunto, concurso/cargo e banca! Analisando o número de questões por tema que aparecerem, você verá o quão importante é aquele ponto para a banca do concurso em questão, isto fará você economizar tempo e focar no que é importante. O detalhe é que estes sites são pagos, mas recomendo fortemente, especialmente o TEC. O problema surge quando a banca não é conhecida ou não há provas anteriores para fazer essa análise! Se houver poucas provas, resolva as questões de uma banca semelhante, por exemplo, AOCP é semelhante à FCC e assim por diante!

 

Estude por questões de provas

 

           Um ponto crucial: resolver questões não é importante apenas pelo motivo de levar à consolidação daquilo que você estudou. Há mais coisa aí. Você vai aprender o que a banca mais cobra e a forma como cobra (a linguagem da banca, o estilo dela) e não é apenas isso. Além de fixar mais o que você já estudou, as questões trazem de forma nua e crua os pontos que você ainda não domina (erros que você comete) as pegadinhas que o examinador faz. As questões que você errar, “acertar no chute”, tiver dúvida sobre algum ponto específico, contiver uma pegadinha ou trazer algo não tratado na teoria você deverá marca-las, retornar à teoria, estudar, e resolvê-las posteriormente. Se você não estudar seus erros não haverá progresso! Simples assim. Lembra-se do caderno de erros? Então!!

 

#Informações sobre estratégia de estudos

 

             Este ponto trata especificamente do planejamento e das técnicas de estudo em si. Certamente o ponto mais negligenciado pelos estudantes de concursos. A primeira coisa é o planejamento em si: utilizar quadro horário ou um ciclo de estudos, mas não é apenas isso. O planejamento demanda que você estipule a carga horária que irá estudar durante a semana e a distribua pelas disciplinas do ciclo ou quadro horário de acordo com o peso de cada matéria, extensão de cada matéria, seu nível de conhecimento (incluindo dificuldade e facilidade em cada uma delas), número de questões na prova, se será exigida nas discursivas ou não. Abrange ainda a distribuição das matérias a serem estudadas de forma lógica; isto é, intercalar matérias de exatas (Matemática e Raciocínio Lógico, por exemplo) com as mais decorebas (disciplinas jurídicas e Informática, por exemplo).  Além disso, não se pode esquecer de que há o planejamento feito antes de o edital ser publicado e o planejamento após o lançamento do edital, assim como o estudo pós-edital é diverso daquele feito previamente ao edital, pelo menos o bom plano de estudo deve abranger isso. Claro, há sempre exceções, vejamos: às vezes você se inscreve em um concurso cujo conteúdo é muito semelhante àquele no qual você está focado, aqui você apenas foca naquilo que diverge do concurso foco, seria o caso do estudo pós-edital. É um aparar de arestas, mais enxuto e objetivo.

 

Plano de estudos

 

             O segundo ponto abrange as técnicas o estudo em si, as revisões, resolução de questões e estudo dos erros resultantes das questões solucionadas (é importante resolver questões comentadas porque facilita entender a causa do erro – as questões da TEC Concursos são todas comentadas por professores –, claro que você também pode adquirir obras de questões comentadas por banca. Vale salientar que entre as inúmeras técnicas de estudo que foram desenvolvidas, algumas não vão funcionar para você; sim, teste, se funcionar, aplique (caso não funcione, parta para a próxima). Alguns rendem mais à noite; outros, pela manhã. Saiba em que período do dia seu estudo rende mais. Estude nas primeiras sessões de estudo as disciplinas de maior dificuldade para você, deixe as que tiver mais facilidade para o final, pois você estará mais cansado e renderá menos. Descubra a forma que lhe traz melhores resultados, é fundamental. Faça sessões de estudo de 45 minutos a 1h30 (no máximo) seguidas de pausas de 10 a 15 minutos entre cada sessão de estudos, por razões simples: “ a mente tem dificuldade em se concentrar em um único objeto por um longo período de tempo”. [3]

 

Estudo ativo para concursos públicos

 

            Retornando às técnicas de estudo, uma forma que realmente fará você progredir e esquecer pouco é estudar de forma ativa. O que é isso? Simples! Você precisa estudar rabiscando uma folha de papel à media que grifa ou lê. O mestre professor Pier sempre dizia que se você não está com um lápis e uma folha de papel trabalhando à medida que lê, então você simplesmente não está estudando e consequentemente está jogando tempo fora ASSISTA AQUI A PALESTRA DO CONSAGRADO MESTRE!. Veja que isto não é um resumo, não é resumir a matéria, é simplesmente um ato de transcrever palavras-chave daquilo que é importante para uma folha de papel para dizer ao cérebro que aquilo não deve ser esquecido. Você vai progredir mais lentamente, mas estará memorizando muito mais que somente ler e grifar.

 

Grife de forma eficiente

 

           Prefira grifar o que é importante no próprio material (inicialmente grife a lápis), embora seja uma técnica não muito eficiente de estudos em termos de memorização, você compensará isso com o estudo ativo e resolução de questões posteriormente cominadas com as revisões que deverá obrigatoriamente fazer. Faça anotações no próprio material de estudos como complementação daquilo que obtiver da resolução de questões etc. Claro, há muita coisa que precisará ser memorizada, utilize para essa finalidade os mnemônicos, flash cards, mapas mentais ou ficha de estudos (aqui indico o livro do Alex Viégas “Manual de um concurseiro”) ASSISTA AQUI EXPLICAÇÃO DO VIÉGAS!. Detalhe, essas ferramentas que acabei de mencionar vão funcionar como um gatilho para memorização daquilo que é importante e não conseguimos colocar no cérebro através do estudo ativo, ok? Estudou, grifou? Parta para a resolução de questões, simples assim. Errou a questão? Veja o motivo do erro: pegadinha, distração, falta de domínio conceitual?  Marque a questão, volte ao material e estude aquele ponto específico, faça um caderno de erros (MÉTODO DA GABI, e sinceramente uma brilhante visão dela! ASSISTA AQUI A EXPLICAÇÃO DA GABI!) contendo apenas a alternativa correta (faça isso por disciplina) e comece a revisar essas transcrições.

 

 

Faça mais que somente grifar

 

           Tenha um cronograma de revisões, sim, SEM REVISAR VOCÊ NÃO VAI PASSAR; afinal, como bem disse Aristóteles: “somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”.  Quem não faz revisões simplesmente esquece tudo o que estudou e tem de fazer reestudo (retrabalho) às vésperas da prova!! Adivinhe o resultado!! A cada revisão que você faz, a próxima ficará mais rápida. Revisar é questão de sobrevivência e não conveniência de quem tem mais tempo (aliás quem tem mais tempo é quem mais o desperdiça).

 

 

REFERÊNCIAS

 

[1] DUCKWORT, Angela. Garra: o poder da força e da perseverança. Trad. Donaldson M. e Renata Guerra. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016, p.35.

[2] GALLWEY, W. Timothy. O jogo interior do tênis: o guia clássico para o lado mental da excelência no desempenho. Trad. Alexandre Saches Camacho. São Paulo: Sportbook, 2016, p.36.

[3] GALLWEY, W. Timothy. O jogo interior do tênis: o guia clássico para o lado mental da excelência no desempenho. Trad. Alexandre Saches Camacho. São Paulo: Sportbook, 2016, p.104.

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