Como aumentar o desempenho em provas e concursos: Detonando a Banca
“ESTUDANDO HÁ MESES E NÃO CONSIGO EVOLUIR NOS ESTUDOS. FIZ UMA PROVA E O RESULTADO FOI UM “DESASTRE”: O QUE FAZER?
É muito comum ler, em grupos de estudos, algo do tipo: “ estou estudando há x meses… e não evoluo nos estudos. Resolvi uma prova/x questões da matéria tal e fui péssimo! Meu mundo veio abaixo, o que fazer? Mudo a metodologia de estudos? Desisto do concurso?”. Trata-se de um desabafo muito comovente e, infelizmente, é a realidade de milhares de concursando (a)s.
Pois bem, se você está enfrentando algo semelhante, a primeira coisa a ser feita é “passar uma lupa” no seu plano estratégico de estudos! Pergunto: Como você estuda? Lê somente, só assiste a videoaulas ou seu estudo é ativo (você produz algo à medida que lê ou assiste às videoaulas)? Faz resumos? Faz revisões da forma correta? Alguma vez já deixou de realizar a revisão das 24 horas, 7 dias, 30 dias? Quanto a esta questão cabe deixar claro que não é tudo a “ferro e fogo”, acumulando muito conteúdo a ser revisado (e isso irá acontecer, pois em dado momento você terá muita coisa a ser revisada e ainda matéria a ser estudada) você pode “fracionar” o conteúdo a ser revisado, o que não recomendo é você ignorar a revisão das 24h, esta sim é indispensável). Outro detalhe: o acúmulo de matéria se deve ao fato de você ir avançando nas disciplinas e, consequentemente, mais conteúdo para revisão vai surgindo, veja que é algo bem diferente de você acumular conteúdo a ser revisado POR FALTA DE REVISÃO, NÃO É ISSO. Você tem uma planilha de controle de revisões? Você estuda mais as disciplinas que sabe menos ou não sabe nada, as que têm mais peso, aquelas com maior número de questões na prova? Você alterna disciplinas mais decorebas com as mais lógicas (matemática e raciocínio lógico por exemplo)? Você faz intervalos de descanso entre cada sessão de estudos? Você resolve questões (com que frequência)? Como você se comporta diante das questões que erra, acerta “na dúvida” ou aquelas que o derrubou por pegadinha…? Você estuda os erros pontuais que as questões fornecem? Ou seja, você estuda novamente os pontos da matéria que errou nas questões ou simplesmente ignora isso? Você faz caderno de erros para cada alternativa das questões que não domina e estuda cada uma delas no material teórico? Resolve-as novamente? NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO? Nesse caso, esteja certo de que estão aí as causas pelas quais você não avança nos estudos, ou melhor, não aumenta o número de acerto de questões!
Todavia, é preciso analisar algo mais: as questões que você está resolvendo ou resolveu são do mesmo nível do certame que você enfrentará (concurso nível médio, questões de concursos de nível médio, mesmo nível de exigência da banca)? O material teórico que você utiliza abrange todo o conteúdo exigido nas questões (se não, você deve até mesmo trocar de material)? A (s) disciplina (s) nas quais você não consegue elevar o percentual de acerto são seu “calcanhar de Aquiles” (caso sejam seu “calo no sapato” – você tem grande dificuldade, é claro que haverá necessidade de insistir até superar o desafio, isso leva tempo a depender do seu nível de conhecimento nela (s), extensão do conteúdo, nível de exigência da banca)?
REVEJA SUA METODOLOGIA DE ESTUDOS URGENTEMENTE!
Fazer questões diariamente, revisar conteúdos estudados e estudar os pontos que errou, revolver questões novamente, revisar novamente, de novo e de novo… é a trilha mais curta para aprovação.
“Se você não está estudando conteúdo novo, então você deve estar revisando (o que pode ser feito mediante leitura de resumos, grifos, resolução de questões, mapas mentais, flash cards, esquemas), caso contrário você estará esquecendo a matéria que já estudou.”
Simples assim. Estudar é como subir uma montanha de areia movediça, se parar de caminhar você passa a descer imediatamente. E não é apenas isso, você não está só descendo, à medida que desce seus concorrentes vão tomando sua dianteira. Veja que uma coisa leva à outra!
Note que estudar corretamente e obter aprovação não são coisas de gênios e sim de quem tem empenho, garra, determinação, dedicação, disciplina, plano, objetivo e metas claras. Não por acaso ninguém menos que Charles Darwin afirmou que […] “os homens não diferem muito em intelecto, apenas em empenho e em trabalho duro; e ainda creio que esta seja uma diferença de eminente importância”. [1]
“Um objetivo definido corretamente já está 50% atingido.” (Zig Ziglar)
Não há dúvidas de que o trabalho árduo direcionado e corretamente executado é, no fim das contas, mais importante que o QI, é o divisor de águas! O que decide até onde você irá não é seu talento, mas o quanto você se empenha, dedica, foca, direciona suas ações da forma mais eficiente possível em um objetivo específico (seu concurso almejado). A seleção natural, no universo dos concursos públicos, é consequência do planejamento, foco e constância no objetivo (aqui entra a garra, a determinação, o suor, a transpiração). Logo, “sem esforço, seu talento não passa de potencial não concretizado. Sem esforço, sua habilidade não passa do que você poderia ter feito, mas não fez. Com esforço, talento se transforma em habilidade e, ao mesmo tempo, o esforço torna a habilidade produtiva”. [2]
Portanto, […] “para a falta de talento existe um remédio universal que atende pelos nomes de “estudo” e “trabalho”. Existe um consenso entre os gênios que realmente deram certo, de Thomas Edson a Villa-Lobos, segundo o qual o gênio é formado por “1% de inspiração e 99% de transpiração””. [3]
Outra coisa: a motivação cresce à medida que você progride nos estudos, ou seja, você nota que realmente está acertando mais questões, está superando as dificuldades! Não espere estar motivado para estudar ou encarar aquela disciplina de que “não gosta”, caso contrário jamais terá motivação para ir em frente! É preciso insistir para que os desafios sejam superados. Ocorre que as pessoas querem obter resultados elevados em questão de dias ou meses, algo irrealizável de se obter a depender da extensão dos conteúdos, nível de conhecimento inicial do estudante, tempo até a data de realização do certame, nível de cobrança da prova. Veja que “a chave está no tempo. O sucesso é construído sequencialmente. Uma única coisa por vez”. [4]
Finalmente, há algo que “mina” nossa capacidade de ação: procrastinação! “A procrastinação muitas vezes ocorre porque você se distrai com coisas menos importantes, como apontar um lápis, em parte porque você ainda pode sentir a satisfação de concluir uma tarefa. Sua mente está enganando você. [5]
Está lamentando por que foi mal na resolução de uma prova ou não se deu bem numa bateria de questões ao passo que deveria estar estudando? Sua mente está enganando você, isso também é sabotagem. Note que coisas sutis “drenam” o recurso mais precioso do concursando: o tempo! Ah, aqueles 90 minutos de futebol não vão prejudicar nada. Não? 1h30 é o tempo ideal de uma sessão de estudos! Sabotagem: sua mente está enganando você.
Para se evoluir em qualquer área da vida a dedicação é indispensável, e obter sucesso em qualquer coisa passa, antes de tudo, pela decisão do que você não vai fazer e não o contrário. Decidir se dedicar, aprender a estudar, bater suas metas de estudos, revisar, resolver questões, planejar seus estudos, NÃO DESISTIR (mas persistir com organização, planejamento e disciplina – faça sol ou chuva, motivado ou não: hora de estudar é sagrada, ainda que a vida não seja um “quartel general”.
Bons estudos!
JAMAIS DESISTA DO SEU OBJETIVO!
“A diferença entre as pessoas bem-sucedidas e as muito bem-sucedidas é que as muito bem-sucedidas dizem não a quase tudo.” (Warren Buffett)
REFERÊNCIAS
[1] DUCKWORTH, Angela. Garra: o poder da força e da perseverança. Trad. Donaldson M. Garschagen, Renata Guerra. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016, p.33.
[2] __________, Angela. Garra: o poder da força e da perseverança. Trad. Donaldson M. Garschagen, Renata Guerra. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016, p.54.
[3] GRINBERG, Renato. A estratégia do olho de tigre: atitudes poderosas para o sucesso na carreira e nos negócios. 16ª ed. São Paulo: Gente, 2011, p.37.
[4] KELLER, Gary; PAPASAN, Jay. A única coisa: o foco pode trazer resultados extraordinários para sua vida. Trad. Caio Pereira. Barueri: Novo Século, 2014, p.19.
[5] OAKLEY, Barbara. Aprendendo a aprender: como ter sucesso em matemática, ciências e qualquer outra matéria (mesmo se você foi reprovado em álgebra). Trad. Alexandre de Azevedo Palmeira Filho. São Paulo: Nova Mídia, 2015, p.115.