Curva do esquecimento e o efeito Revisão II: levando as revisões a sério!

Dando continuidade, observe o gráfico abaixo. Ele mostra os efeitos das revisões programadas. Ou seja, você estuda e começa a esquecer o que estudou (são as quedas representadas no gráfico), na data programada você faz outra revisão (são os picos ascendentes) e seu conhecimento daquele ponto revisado volta aos 100% ou muito próximo disso. Um detalhe interessante a ser verificado abaixo é que quanto mais revisões programadas você faz, menos esquece, seu tempo de revisão cai e, logicamente, os 100% são atingidos mais rapidamente.

 

Curva do Esquecimento

 

 

        Uma coisa é evidente, o conhecimento fixará mais rápido e facilmente dependendo do seu conhecimento prévio e facilidade do tema estudado, além, é claro, da eficiência do seu estudo inicial, resumos feitos (detalhe: um estudo eficiente é aquele feito só uma vez por livros, PDFs, vídeo aulas…a partir daí você concentra no material de revisão. Logo você “lê” apenas uma vez o material base: livros, PDFs vídeo aulas… Notou a importância do bom resumo?), resolução de exercícios na sequência e recuperação mental do tema estudado (resumo mental do que você estudou – isto antes de resumir, vai lendo e resumindo mentalmente, em seguida faça o resumo escrito). Aqui vai algo muito importante: estudar para concursos demanda tempo. Entenda, tempo este para você aprender a matéria. Sempre ouço um e outro que foi aprovado em concursos de ponta dizer que passou com 3 meses de estudo. Mas o que está oculto aí é exatamente a bagagem anterior!
           Muitos já ocupavam cargos de ponta! Ou seja, já dominavam muito do que estava no edital. Partir do zero e ir muito bem em concurso de alto nível em pouquíssimo tempo não é a ordem das coisas.

Conhecimento prévio é um grande diferencial!

 Ok, mas “por que é melhor revisar em intervalos crescentes de tempo do que intensamente em pouco tempo? A repetição massiva produz resultados muito inferiores que os obtidos ao fazermos uso das revisões periódicas, em intervalos crescentes de tempo. É o chamado “efeito de espaçamento” (spacing effect), que prova que a revisão de um assunto em intervalos cada vez mais espaçados é o melhor caminho a ser seguido, em vez de se fazer um grande número de revisões em um intervalo curto de tempo”. [1]

Portanto,

não resolve fazer revisões “encavaladas”!

 

         Seguindo, “não existem regras rígidas sobre as revisões, já que essa rigidez esbarra em outras variáveis como diferenças individuais e densidade do material a ser estudado. No entanto, é preciso que você estabeleça um sistema eficiente de revisões caso realmente queira ser academicamente [e concurseiramente] bem sucedido”. [2]
           Seja organizado e metódico, tenha um plano de estudos (quadro horário de estudos com distribuição lógica das disciplinas) + planilha de metas do que vai estudar (páginas a serem estudadas no dia, por exemplo) + planilha de controle de revisões + caderno de anotações de questões que errou (isto para você aprofundar seu estudo pontualmente), aliás as questões pegadinhas, desafiadoras…devem ser refeitas posteriormente também!

Saiba que o

maior desafio de quem estuda para concursos não é a quantidade de conteúdo/disciplinas em si, mas como chegar ao dia da prova com tudo o que foi estudado na memória!

 

           Por isso as revisões são cruciais. Você já deve ter visto pessoas estudando muitas horas por dia e não passando em nada. Alguns erros são fatais, “o primeiro é acreditar que a solução é sempre trabalhar [estudar] um número maior de horas”. [3]
          Errado! Estudar muito é importante, mas se não for estratégico não há chance de sucesso. Disso temos a máxima de Sun Tzu: “governar sobre muitos é o mesmo que sobre poucos, é uma questão de organização”. [4]
        Não há alternativa, “se uma árvore quer crescer a sua copa, ela paralelamente também tem de desenvolver suas raízes!”. [5]

 

“Se você não levar a sério dicas como estas, seu concorrente as levará.”

 

Bons e produtivos estudos! 
Referências

 

[1] MEIRELLES, Alexandre. Como estudar para concursos. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2011, p. 160.

 

 

[2] Dell’Isola, Alberto. Curva do esquecimento. Disponível em  Acesso em 10/02/2016.

 

 

[3] SHINYASHIKI, Roberto. A nova lógica do sucesso: acelere sua vida profissional e nunca pare de crescer. São Paulo: Gente, 2015, p.62.

 

 

[4] BUENO, André da Silva. A arte da Guerra: os treze capítulos originais/Sun Tzu. Trad. André da Silva Bueno. São Paulo: Jardim dos livros, 2011, p.56.

 

 

[5] JUCÁ. Fernando. Expertise em aprender: conheça os segredos dos melhores profissionais. Campinas: Papirus 7 mares, 2014, p. 68.

 

 

FONTE IMAGEM: Meirelles, 2011, p.160.

 

Você pode gostar...