Como fazer revisões espaçadas para provas e concursos
Sem dúvidas, a realização de revisões espaçadas da forma mais eficiente possível é uma das maiores celeumas de quem estuda para provas e concursos. Muitos têm dúvidas sobre como realizar revisões eficientes e a maioria as negligencia ou sequer as realiza. Um grande erro!!! Você já deve ter ouvido falar sobre o método de revisão das 24h, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 60 dias, aquela descrita na curva do esquecimento de Ebbinghaus VEJA AQUI e AQUI. A questão é que esse sistema de repetição espaçada não funciona muito bem para muitos (pelo menos não com esse intervalo e realizada de forma isolada), eu sou um deles: especialmente naquelas disciplinas nas quais tenho considerável dificuldade (OBSERVAÇÃO: digo considerável porque NINGUÉM É HORRÍVEL EM MATÉRIA ALGUMA, as matérias nas quais tenho dificuldades se devem ao fato de eu as ter estudado pouco ou de forma errada, o que não me concedeu as bases necessárias para um progresso mais rápido. Porém, estudando por bom material, resolvendo muitas questões e aprendendo com os nossos erros: REVERTEMOS ESSA SITUAÇÃO, simples assim. Isto é válido para todos nós!), se eu voltar a umas dessas matérias após uma semana, só saberei que “passei por ali” porque há marcações no material, mapas mentais, fichas, anotações…, mas muito daquilo voltou a ser “grego” para mim. Detalhe: demorei bastante para notar que esse método não funcionava muito bem para mim e, talvez, também não seja tão eficiente para você.
Revisões eficientes.
Para começar, antes de discorrermos sobre revisão, enfie uma coisa de vez na sua cabeça: a qualidade do seu estudo vai ser determinante na qualidade da sua memorização e, consequentemente, na velocidade e tempo das revisões: qualidade do estudo é diretamente proporcional à qualidade da memorização. Um estudo mal feito, passivo, sem ter um lápis trabalhando em uma folha de papel (conforme dizia o imortal professor Pier), sem resolver questões (poucas, mas necessárias) após cada sessão de estudo com objetivo de fixação do conteúdo VEJA MAIS AQUI, AQUI! AQUI! e AQUI! sem fazer anotações, mapas mentais, fichas, flashcards… ou seja, NÃO fazer algo mais que simplesmente ler é pôr a carroça na frente dos bois. É por isso que você não devia se preocupar com horas líquidas simplesmente, VEJA AQUI mas sim com a qualidade do seu estudo. Você já deve ter ouvido a máxima: “se o tempo de revisão for o mesmo da sessão de estudos, você tem problemas”. Esse é o motivo!
Então quer dizer que eu posso estudar uma disciplina 4h seguidas? NÃOOOOO!! Não é isso. Estudar a mesma disciplina por mais de 1h30 ou duas, no máximo, leva ao que chamamos de sobrecarga de informação ou sobrecarga cognitiva, você simplesmente não memoriza mais. O problema não é você fixar tempo de estudo para cada sessão de estudos e sim “achar” que as horas líquidas simplesmente resolverão o problema. Não, não resolvem, se não houver qualidade! Você não devia cobrar horas líquidas, mas sim focar no resultado das suas sessões de estudo, na resolução de questões (rendimento e percentual de acerto), a nota está subindo, estacionada ou diminuindo? Estudar não é ler, não é rápido (especialmente nas disciplinas espinhosas para você), exige paciência e um pouco de fé em si mesmo (acreditar que em questão de tempo você terá dominado um tema ou uma disciplina desafiadora; afinal, adentrar a um ringue já derrotado é pedir para ser nocauteado e o caminho mais rápido para procrastinar e ser reprovado exatamente na disciplina que você tem dificuldade e não a enfrenta de verdade).
Frequentes e sucessivas revisões + resolução de questões.
Outra coisa, você não vai aprender e memorizar tudo na primeira sessão de estudos! Esqueça isso, serão as frequentes e sucessivas revisões + resolução de questões + caderno de erros (estudo dos erros VEJA MAIS AQUI! AQUI! e AQUI!) que farão você dominar uma disciplina com a profundidade necessária para a prova. Sessões de estudos estabelecem um bom contato com a matéria, um pouco de memorização e entendimento (aliás, há disciplinas que você estuda umas 3 vezes e ainda não entende NADA, eu passei por isso, normal, insista a e coisa vai começar a fazer sentido).
Pois bem, então como posso resolver o problema das revisões?
Tenha uma planilha de controle de sessão de estudos (dia, tempo de estudo, nº. de páginas estudadas) e de revisões (revisão das 24h, revisão curva do esquecimento, revisão por camadas/cumulativas – com dia, tempo gasto em cada revisão, nº de páginas revisadas). É inconcebível um concursando sério não planificar e controlar isto. Lembre-se de que você quer obter uma vantagem competitiva e não enxugar gelo (estudar sem métricas de desempenho, o que é uma perda de tempo total). Faça download da planilha abaixo, adapte-a aos seus estudos. Elaborei-a combinando tudo isto! Controle seus estudos, pelamordeDeus!
Há duas formas de você resolver esse problema: PRIMEIRA FORMA: reduzir o intervalo da revisão da curva do esquecimento. A SEGUNDA MANEIRA: inserir mais uma revisão, aquela que a Gabriela denomina de “Fio da Meada” (ou seja, antes de dar prosseguimento àquela matéria do dia, você revisa, em 15 minutos, sua última sessão de estudos), some a isso o tempo de giro do seu cronograma (se você leva muito tempo para voltar a uma disciplina, obviamente a revisão do fio da meada fica comprometida e consequentemente o esquecimento tende a ser maior), o ideal é não ficar mais de dois dias sem estudar cada disciplina novamente. Assim, você fará a revisão das 24h e mais uma (fio da meada) quando for estudar a matéria novamente, em seguida, você fará a revisão da curva do esquecimento nos intervalos de 7d, 15d, 30 dias, além, é claro da revisão por camadas (cumulativa), quando fechar duas aulas ou capítulos! Supondo que você não queira fazer isso (mas deveria), vamos a uma solução viável!
Veja, a revisão das 24h você não pode saltar, afinal você vai esquecer pelo menos 50% do que estudou apenas nesse curto intervalo! Logo, o problema está no tempo de 7d, 15d, 30d ou 60d, pois, repetindo, a revisão das 24h você sabe que terá de fazer e ponto final. Se esse intervalo de tempo o leva a esquecer demais, simplesmente o reduza! Por exemplo, em vez de 7dias, traga a segunda revisão para o 3º, 4º ou 5º dia e a terceira revisão para o 7º ou 8º ou 10º dia (isto é um exemplo de como eu faço e tenho bons resultados). À medida que você for memorizando cada vez mais (e as revisões forem ficando cada vez mais rápidas), é só ir espaçando mais. Observe que não há uma receita de bolo, cada cérebro funciona de uma maneira. O que não pode é você seguir um método que simplesmente não traga ganho considerável para seu progresso, adaptar é importante. Ao passo que você vai revisando, vai se conhecendo mais e assim perceberá que para algumas disciplinas o intervalo de 7 dias, contado da revisão de 24h, é suficiente, para outras será necessário um intervalo um pouco menor nas primeiras revisões, percebeu? Isso é conhecido como revisão da curva do esquecimento e você não vai reler todo o material (essa não é a finalidade das revisões, pelo amor de Deus!!!), você irá reler os grifos anotações, resumo… VEJA MAIS AQUI lei seca, súmula correspondentes ao tema e bola para a frente!
Revisões ativas
É por isso que sua revisão deverá ser cada vez mais rápida. Para cada sessão de 1h30 de estudo, eu consigo revisar em 20 minutos, isso na revisão das 24h, raramente passa disso. Agora vem o pulo do gato: revisão cumulativa. A finalidade desta revisão é fazer você chegar ao final do curso ou livro com a matéria na cabeça e não ter um ataque de pânico por não se lembrar de nada. Assim, “para continuar com os temas estudados frescos na cabeça de forma eficiente e simples […] revise a cada 2 capítulos, aulas TODO o conteúdo visto previamente. Sim, você deverá rever tudo [revisar e não reestudar tudo do zero novamente] desde o início do livro ou curso em PDF. Se o material de cada aula for curtinho, pode revisar de 3 em 3”. [1]
Prática ativa de recordação
Como assim? Simples! Consideremos os cursos PDF cuja aula 0 é gratuita para você ter uma pegada do material. Você estuda a aula 0 (seguindo a revisão da curva do esquecimento), em seguida parte para a aula 01 (seguindo, da mesma a forma, a revisão da curva do esquecimento). Terminou a aula 01? Ok. Volte e revise a aula 0 e a aula 01, antes de seguir para a aula 02. Após a revisão anterior, parta para a aula 02 (seguindo a revisão da curva do esquecimento), em seguida parta para a aula 03 (seguindo, da mesma a forma, a revisão da curva do esquecimento). Terminou a aula 03? Ok. Volte e revise a aula 0, a aula 01, a aula 02 e a aula 03, antes de partir para o estudo da aula 04 e assim sequencialmente! Estas são ótimas técnicas de aprendizagem espaçada! Ah, mas isso é lento!! Ok, você quer se enganar, crendo que está arrepiando na matéria e descobrir isso na prova ou chegar ao fim do curso ou livro com a disciplina toda no cérebro?
Vou deixar uma planilha de repetição espaçada modelo cominando estudo, revisão das 24h, revisões da curva do esquecimento e revisão cumulativa ou revisão por camadas! Está no modelo Word para que você possa adaptar melhor. Se for imprimir, converta para PDF para que a impressão não a corte.
Faça o Download da planilha de repetição espaçada ABAIXO:
Planilha Controle de Estudos pdf
Planilha Controle de Estudos MODELO WORD!
Um detalhe interessante: ao fazer cada revisão acima, termine-a resolvendo questões! É dessa forma que construímos uma biblioteca mental com blocos sólidos de conhecimento! Ou seja […] “com muita prática ativa de recordação do material de forma repetitiva, testando sua memória, você está usando alguns dos melhores métodos possíveis para aprender nem e profundamente”. [2]
Caso você tenha dúvidas sobre a utilização da planilha, basta comentar e estarei explicando, ok?
Nunca, mas nunca desiste de seus objetivos, por mais desafiadores que sejam. Afinal, que recompensa haveria, se fossem fáceis. Vontade ardente + trabalho duro + merecimento justo! Não há outro caminho. O único dia fácil foi ontem! Afinal, segundo as palavras de Geoff Colvin: o trabalho duro vence o talento quando este se recusa a trabalhar duro.
Todo comentário e sugestão são sempre bem-vindos!
Bons e produtivos estudos!
REFERÊNCIAS
[1] KNOBLAUCH, Gabriela. Mente concurseira: técnicas de estudo + inteligência emocional para concursos públicos. Indaiatuba: Foco Jurídico, 2018, p. 57.
[2] OAKLEY, Bárbara A. Aprendendo a aprender: como ter sucesso em matemática, ciências e qualquer outra matéria (mesmo que você foi reprovado em álgebra). Trad. Alexandre de Azevedo Palmeira Filho. São Paulo: Nova Mídia, 2015, p.130.
